sábado, 16 de abril de 2011

The Fly (1958) Dir. Kurt Neumann and (1986) Dir. David Cronenberg


THE FLY
(A Mosca)


Dois diretores, duas visões em épocas diferentes de um clássico do terror


Uma das coisas que mais fascina o ser humano é sua própria capacidade de superar suas limitações biológicas através da tecnologia, coisa que – até onde se sabe – nenhum outro animal consegue. Muito antes dos avanços científicos e da consciência humana sobre as manifestações moleculares na matéria, as artes, principalmente a literatura, de certa forma, foram capazes de prognosticar o avanço das ciências e com isso os passos da espécie humana rumo à evolução tecnológica. Autores como Julio Verne, H.G. Wells, George Orwell e Aldous Huxley passaram a ser lembrados por jornalistas, físicos, biólogos e outros cientistas em artigos acadêmicos que relatavam suas novas descobertas no campo da não-ficção. Até mesmo as histórias em quadrinhos serviram aos projetistas da Nasa diante de um problema na aerodinâmica dos foguetes. Fato, uma das soluções surgiu após observarem o design arrojado das espaçonaves desenhadas por Alex Raymond para a série Flash Gordon nos anos 30.

Mas ao mesmo tempo em que o avanço científico traz essa espécie de fascínio aos olhos - por outro prisma - não deixa de ser visto como uma violação da natureza, um passo além daquilo o que é moralmente permitido. Eis que entram os filmes de ficção científica e terror para narrar tais fatos. Eles souberam muito bem ao longo dos anos, deliciar-nos, com soturnas narrativas sobre o temor da espécie humana.

Em “The Fly (A Mosca)”, seja o Cult de Kurt Newmann produzido em 1958 ou a refilmagem que se tornou um clássico trash em 1986 nas mãos de David Cronenberg, ambos, são especialmente notórios por relatar as trágicas conseqüências da ciência rumo ao desconhecido.

[Atenção: o artigo a seguir contém spoiler sobre os filmes]


THE FLY – 1958
Por Kurt Neumann



Ao contrário do que algumas pessoas imaginam a idéia para "The Fly (1958)" não foi inspirado em “A Metaformose (1915)”, obra do maior escritor de ficção da literatura alemã do século XX, Franz Kafka (1883 – 1924).  A origem veio de um conto publicado na Revista Playboy pelo escritor e jornalista britânico, Sr. George Langelaan (1908 – 1972) em 1957. Inspirado neste conto o diretor Kurt Neumann produziu o longa. No Brasil o filme foi lançado com um título bem notório - “A Mosca da Cabeça Branca”. O trabalho de Neumann foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, sendo considerado um dos filmes mais assustadores da época, apesar de algumas falhas na direção.


O filme narra os acontecimentos que envolvem a família Delambre. A trama tem inicio quando na calada da noite o vigia da Fabrica Delambre ouve certos ruídos estranhos vindo das instalações internas, propriamente na ala das prensas. Ao chegar ao local, o funcionário presencia um cadáver com o braço e a cabeça esmagada por uma das prensas hidráulicas. Pelas vestes do morto, aparenta ser o cientista Andre Delambre, marido de Helene Delambre. Helena, ao ser vista no local, foge desesperadamente.



Após os fatos, Helene confessa ter matado o marido, expressa tal fato com um ar de satisfação e ao mesmo tempo misericórdia. Porém, seu cunhado, François Delambre, interpretado pelo incomum Vincent Price, não consegue compreender a razão do assassinato, já que o casal era muito apaixonado. O filme demora longos 30 minutos nessa trama de mistério. Aos meus olhos o diretor Kurt Neumann não soube dar ritmo para chegar ao ponto cuminante, ou seja, a fusão do homem e da mosca. A transformação só será exposta quando François convence Helene a narrar todos os pormenores para que não seja presa por assassinato. É a partir deste ponto que o filme começa a ficar interessante.


Helena começa sua narrativa sobre os momentos felizes em família, apesar da constante ausência do seu marido que andava trabalhando constantemente em uma descoberta que iria revolucionar a maneira das pessoas viajarem: um transportador de matéria.  Quando ele julgou que seu trabalho estava pronto, vez a apresentação a Helene, teletransportando um objeto de uma cabine a outra. Porém ao finalizar a experiência Andre percebeu que algo saiu errado, pois a frase impressa na base do objeto saiu inversa. Vários outros testes fracassaram, o cientista chegou a desintegrar um gato até obter sucesso em seu invento.


Por fim, após uma seqüência de resultados positivo, como todo bom cientista, decide testar o experimento em si mesmo. Tudo sairia muito bem se uma mosca não tivesse entrado na cabine junto com ele. O resultado é catastrófico, mosca e homem, tiveram seu DNA partilhado após a fusão de uma cabine a outra. E cada qual se tornou, em partes, uma nova espécie. O cientista tinha a sua parte mosca, neste caso, não a transformação completa, mais sim, o braço e a cabeça do inseto. E a mosca desenvolveu uma perna diferente e uma cabeça branca (Eis a razão do “aportuguesamento” do título do filme!)


O filme não termina no desfecho acima. Após a descoberta do trágico acidente, Helene Delambre, com ajuda do filho, sai à busca da mosca de cabeça branca. Se ambos, mosca e homem, forem colocados novamente na máquina, possivelmente a repetição da experiência pode reconstituir o DNA do cientista. Mas como um bom filme de terror isso não acontece, o cientista aos poucos vai perdendo a essência humana e a mosca, pois bem, a mosca propicia um dos finais mais memoráveis da história do cinema clássico! O tiozão, François (Vincent Price), a encontra próximo ao banco do jardim, presa em uma teia de aranha. Distraído, ele jamais notaria a presença da mosca de cabeça branca, mas um fato incomum ocorreu, chamando a sua atenção. A mosca que estava presa clamava, isso mesmo que você leu, clamava por ajuda com ‘gritinhos’ de socorro. Ao observar a cena dantesca, François, notou que a parte mosca havia se difundido e era visível a parte humana que residia no inseto.


Logo abaixo o link do youtube para você que quer estragar a surpresa (ou não) desse final “unbelivible!”


[Final impagável da mosca em "The Fly (1958)" - aqui]

O filme conta com alguns efeitos especiais precários, principalmente devido à época em que foi produzido. Mas de certa forma, isso torna o filme curiosamente interessante, principalmente devido à impagável concepção de ‘Homem Mosca’ que a obra apresenta. De fato alguns atores deixam a desejar, mas em geral é interessante perceber a sutileza da história e como era futurística a visão sobre a evolução da tecnologia nos anos 50.

Apesar dos efeitos precários de Kurt Neumann, o filme ganhou vários prêmios, inclusive o prêmio “Hugo Award” (veja aqui) que é dado aos melhores romances de ficção cientifica. “The Fly” acabou se tornando uma verdadeira obra cult, infelizmente o diretor Kurt Neumann não chegou a presenciar o seu sucesso, ele se suicidou semanas antes da estréia do filme. Ninguém sabe ao certo a razão, mas acreditam que o diretor já previa um certo fracasso, já que seus filmes anteriores – inclusive a séries de filme Tarzan – não atigiu o reconhecimento que ele desejava como diretor. O filme acabou se tornado um verdadeiro Cult nos anos 60, sendo imortalizado pela clássica frase de sua refilmagem: “Tenha medo, tenha muito medo”, citada por muitas pessoas, sem de fato saber a sua real origem.

Vincent Price

E claro, não posso deixar de mencionar a importante presença do ator Vincent Price, grande expoente do cinema clássico de horror e ficção científica. Price tem em sua honrosa lista, clássicos atemporal, filmes como "Museu de Cera" (1953), "O Corvo" (1963) e "O Abominável Dr. Phibes" (1971). Infelizmente ele nos deixou em 1993. Mas fica o seu legado e sua memorável presença junto aos mestres do horror de todos os tempos como Bela Lugosi (1882 - 1956), Boris Karloff (1887 - 1969), John Carradine (1906 - 1988), Peter Cushing, (1913 - 1994) e o fabuloso ator Christopher Lee (1922). O único vivo e na ativa! Podemos vê-lo em "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça", "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" e recentemente "Star Wars: Episódio II - Ataque dos Clones".


Após a morte de Kurt Neumann e o sucesso do filme, foram produzidas duas continuações: “The Return of the Fly (1959)” e “The Curse of The Fly (1965)”. Porém, não tão significativas quando a obra matriz. Em 2007 foi lançado um Box com a trilogia remasterizada que você pode encontrar a venda em qualquer e-commerce especializado em cinema. No final deste artigo se encontra o filme para apreciação através de download.

THE FLY – 1986
Por David Cronenberg



Chegamos ao grande momento deste artigo! Apesar de ter um admirável respeito pelo clássico de Kurt Neumann, foi à refilmagem do diretor David Cronenberg que fez a diferença. Na época em que o filme foi lançado eu tinha apenas 6 anos e muitas descobertas pela frente. Ainda hoje considero o filme fantástico, mas na época, foi à coisa mais surpreendente que eu já havia visto. Porém, atualmente, conhecendo os trabalhos do diretor, tenho um senso crítico mais apurado e reconheço por quais razões “A Mosca” de 1986 se tornou um grande clássico e Cronemberg o propulsor do gore. A maioria das obras do diretor, principalmente os filme de inicio de carreira, são muitos referenciados pela presença da escatologia e o flerte com a ficção científica. O que de fato o ajudou a obter grande notoriedade. No entanto, Cronemberg é um dos poucos diretores que realmente merece a alcunha de "O Mestre Melancólico do Horror".

David Cronenberg
Os filmes de Cronenberg são de uma obscura e incomum beleza. Representam, poeticamente, a realidade depressiva, desesperançada e inevitavelmente trágica em que vivem seus personagens. Indivíduos atormentados, deveras doentios, e que ao longo de suas estórias travam drásticos embates com seus inimigos ocultos. Adversários que não residem no mundo exterior ou são criaturas revestidas de feições dantescas, mas sim, seus próprios medos e insanidades, presentes em temíveis e desconexos diálogos entre consciência difusa e a débil razão.


Uma das razões pelas quais criei esse blog é justamente para tratar de alguns filmes peculiares como este. E são por essas razões que a refilmagem de Cronenberg é tão marcante, devido à visão intimista e obscura de seus personagens: confusos, frágeis, estranhos, loucos e débeis.

A HISTÓRIA

O clássico de 1986 narra trajetória do cientista Seth Brundle (Jeff Goldblum) que está trabalhando para a Empresa Bartok em um experimento altamente secreto, um teletransporte. Para garantir o sigilo de sua pesquisa, Brundle montou seu laboratório em um prédio semi-abandonado na periferia da cidade. Desde então a sua vida se restringe praticamente ao estudo e trabalho incessante.

As coisas começam a mudar quando o cientista conhece a jornalista Verônica Quaife (Geena Davis) em um congresso científico. Entre lufas alcoólicas e flertes platônicos, Brundle se encanta com a beleza da jovem (apesar dos cabelos poodle, Geena se tornou um símbolo de beleza exótica até meados dos anos 90), conseqüentemente, convidando-a para passar algumas semanas em sua companhia para documentar aquilo que seria a “invenção que mudaria o modo do ser humano se locomover”. A jornalista, sedenta por um furo de reportagem, aceita documentar os fatos científicos.

Jeff Goldblum e Geena Davis

Brundle expõe o seu invento, explica que o processo funciona fazendo que o objeto utilizado seja desmaterializado instantaneamente em um terminal, para depois se reconstitua em uma fração de segundos no outro. No entanto, o invento funciona muito bem com objetos inorgânicos, porém com seres vivos, deixou a desejar, causando a deformação de muitos animais vivos.
   
Deste ponto em diante Cronenberg narra aspectos singulares de seus personagens. Demonstra a mente fascinante do jovem cientista e o encantamento da jornalista com a sua natureza sábia e incomum, contrastando com aspectos de sua frágil solitude social. E por fim, com o convívio, nasce um sentimento único entre ambos.

Para infelicidade de Bundle, o editor da revista a qual Verônica trabalha e um ex-namorado, Stathis Borans (interpretado pelo canastrão John Getz). E para não comprometer o seu romance com Seth Brundle, ela resolve dar um basta intromissões Stathis. Porém os fatos são mal interpretados pelo cientista que é tomado por ciúmes entorpecidos em uma razão amorfa aos fatos. Sentindo-se traído e indesejado, Brundle povoa a sua mente de turvas concepções, embriaga-se para tragar o amargo fel da desilusão. Possuído por um ímpeto de dor e fúria, resolve testar o invento em si mesmo, como uma forma de expurgar as frustrações e ao mesmo tempo provar a si mesmo que é capaz.


Ao realizar o procedimento, tudo parece muito bem, o teletransporte de matéria acaba sendo realizado com sucesso. No entanto, o cientista não percebeu que ao entrar na máquina, uma mosca o seguiu. No momento em que o procedimento foi ativado pelo cientista, o seu corpo e também o corpo da mosca, foram desintegrados em um terminal, e reconstituídos no outro.

A princípio, Brundle conclui êxito em sua experiência, sentindo-se até revigorado. Mas a máquina não havia sido projetada para teletransportar dois corpos distintos de uma única vez, de forma que, no momento da reconstituição, o processo fundiu em nível molecular o corpo de Brundle com o corpo do inseto. E ao contrário do filme de 1958 o cientista sofre sérias mudanças físicas e mentais, por completo. E por fim, gradativamente se transformando em uma mosca gigante.


O filme se desenvolve muito rápido até o seu grande êxtase. Brundle descobre que possuiu força e agilidade sobre-humana, imaginando que os cálculos de seu invento, não direcionaram apenas ao fato de teletransportar a matéria, mas sim, revigorar a estrutura molecular, transformando-a em uma matéria pura e suprema a natureza inicial. O que vemos a seguir são cenas do cientista “auto-suficiente”, provando a si mesmo e ao mundo a sua onipotência, como na clássica cena aonde ele literalmente arrebenta o pulso de um cara durante uma disputa de "queda-de-braço". No entanto, paralelamente, o personagem demonstra claros sinais de debilidade racional, proferindo idéias desconexas, como o fato de obrigar a jornalista a passar pela máquina para também se tornar um ser puro, uma “pessoa especial”. Essa demência gradativa do cientista acaba levando o relacionamento ao fim. E com o passar dos dias ele é cometido por uma grave doença que o torna consideravelmente debilitado. É neste ponto que se inicia as formas que o consagrou Cronenberg em termos de gore e escatologia em geral.

O cientista, após algumas pesquisas, se dá conta que a máquina não revigorou a sua matéria, mas sim, moldou o seu DNA com o da mosca. E que toda a decomposição corpórea nada mais é que a sua metamorfose ao estagio final. Seu corpo é possuído por manchas escuras, seguida de pêlos grotescos, as unhas e orelhas começam a cair em meio a secreções gosmentas que são expelidas constantemente de seu corpo. (argh!) Seth Brundle se isola completamente do mundo exterior. Somente após vários meses, Verônica recebe uma ligação do que restou de Brundle, pedindo para que ela vá até o seu apartamento. Ao chegar ao local a moça inevitavelmente se surpreende com o estado deplorável que se encontra o cientista.


Considero a cena a seguir, um dos pontos fortes do filme, o que vemos é a demência e idolatria do hibrido homem mosca ao seu gradativo e deplorável estágio larval. Neste ponto somos cometidos por uma série de seqüência de pura nojeira e bizarrice poucas vezes vistas até então em uma produção hollywoodiana. Brundle, ainda sim inspirado por seu espírito científico, se encontra totalmente fascinado com os percalços que a mãe natureza toma para seguir o seu percurso natural. Demonstra que a decomposição de sua matéria, como a queda dos dentes, lhe trouxe novos “benefícios”, fazendo com que a vida siga o seu percurso natural. Diante das explicações, ele demonstra a realidade dos fatos, literalmente vomita sobre um biscoito, com o intuito de depois ingeri-lo, junto com o próprio vômito. E explica que o vômito na verdade é uma solução repleta de enzimas que tem a função de decompor os alimentos para que depois sejam ingeridos, em um processo alimentar similar ao das moscas.


O filme prossegue belamente (interprete o lado mais vil da palavra ‘belo’), trilhando uma luta entre a “consciência humana” e o “instinto de sobrevivência do inseto”, naturezas impulsivas se conflitando em uma única matéria. E apesar deste artigo conter um “belo spoiler” sobre a película, deixo para aqueles que não assistiram, o sabor do culminante final ao assistirem o filme. Pois é interessante perceber que pouquíssimos filmes tem a audácia de criar cenas tão repulsivas, mas que ao mesmo tempo não caem no modismo “asco pelo asco”. Além da metamorfose do homem em mosca, toda essa transformação representa a mutação da consciência de um ser humano debilidade emocionalmente, bem ao estilo de David Cronenberg, amargo e pessimista.


É claro, infelizmente os filmes, principalmente americanos, optam por investir em refilmagens européias ou asiáticas, estragando de forma vigorosa a natureza inicial da obra, como ocorreu com a refilmagem em 2010 do belíssimo filme sueco “Deixe Ela entrar (2008)” [veja Aqui]. Deploravelmente o cinema americano vem investindo em “sustinhos” manjados, com cenas de morte “fora da tela” para agradar a censura, obtendo uma resposta comercial. Mas, não quero que você, leitor, faça desse comentário uma ode a banalização da morte como ocorreu com os protótipos inspirados na série de filmes “Jogos Mortais”. Estou me referindo a arte de contar histórias realmente densas sobre a natureza humana, histórias que façam o telespectador refletir sobre a sua ambivalência e ver que a violência é projeto do meio.

DOWNLOAD

Ambos os filmes tratados neste artigo foram relançados no mercado em DVD em 2007. Em qualquer site especializado você encontra as obras com belíssimos extras. Porém, para apreciação disponibilizo o arquivo torrent dos dois filmes. Bom Divertimento.


The Fly (1958)
Título em português: A Mosca de cabeça Branca
Direção: Kurt Neumann
Imagem: Cores

The Fly (1986)
Título em português: A Mosca
Direção: David Cronenberg
Imagem: Cores

Arquivo Torrent + Legenda em Português (FLY.rar)

 



4 comentários:

Jeffao Monteiro disse...

Como sempre , belissima postagem , sorvi cada palavra escrita, A Mosca, é um dos meus clássicos absolutos, um dos melhores filmes nojentos e com história foda !!!!!!!Sensacional Sir...Deu até vontade de comer biscoito !!!!!!!!!

DOMENIUM disse...

Obrigado Jeffão! É sempre uma honra ter os seus comentários!

Barata Cichetto disse...

Muito bom! Maginifico texto. Perfeita postagem! Obrigado, Domenium!

DOMENIUM disse...

Muito obrigado pelo comentário Sr Barata!